ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO é aclamado como referência no cenário da música instrumental brasileira. Para o Festival de Jazz e Blues 2011, o multiinstrumentista traz o show Batuqueiro, que dá destaque à bateria harmônica com peças de percussão acopladas
Rick Estrin and the Nightcats, do gaitista americano que dá nome ao grupo tem som calcado em estilos como jump blues, rockabilly e surf rock
ZÉ MENEZES, uma das atrações confirmadas para o festival, hoje considerado tradicional para os fãs de jazz e blues do Estado
Fonte: Diário do Nordeste
Artistas de origens e vertentes diversas, cujo ponto em comum é ter a a qualidade de seu trabalho reconhecida pela crítica especializada. Com essa fórmula, o Festival Jazz e Blues 2011 promete movimentar a pequena Guaramiranga, de 5 a 8 de março
Em um único palco, referências tão diversas quanto o rockabilly e a música cabo-verdiana. Com essa diversidade musical, a programação do Festival de Jazz e Blues 2011 promete atrair até os menos entendidos nos dois gêneros musicais. Uma breve olhada na lista de atrações principais e já é possível antecipar ótimos shows. Ao todo, oito músicos ou grupos devem passar pelo palco do Teatro Rachel de Queiroz.
Um deles é a banda Rick Estrin and the Nightcats, do gaitista americano que dá nome ao grupo. Com som calcado em estilos como jump blues, rockabilly e surf rock, eles prometem fazer a plateia dançar. Considerado um dos grandes bluesmen de sua geração, Rick Estrin iniciou-se na música em São Francisco, nos anos 1960. Aos 18 já se apresentava nas melhores casas da região da Bay Area, onde começou a trabalhar com Rodger Collins, com quem aprendeu os segredos do show business. Aos vinte anos mudou-se para Chicago, quando começou a tocar e fazer turnês com os maiores nomes do blues, entre eles Muddy Waters, Buddy Guy, Eddie Taylor e Johnny Young.
Após alguns anos, Rick juntou suas forças com o guitarrista Charlie Baty para formar a banda Little Charlie and the Nightcats, considerada a banda de jump blues mais bem sucedida dos EUA, com turnês regulares por todo o mundo. Após a saída de Baty, a banda ganhou o nome de Estrin.
Intercâmbio musical
Outra convidada que promete surpreender é a cantora e violinista Carmen Souza, referência da nova música de Cabo Verde. Nascida em Lisboa, mas filha de cabo-verdianos, destaca-se pela voz marcante e pela competente mistura de sons que promove em seu trabalho. À tradição sonora do país africano, Carmen incorporou o jazz, o gospel e outros ritmos. Para Guaramiranga, a artista leva composições de seu último CD, "Protegid", no qual apresenta, por exemplo, uma versão mais jazzística de Sodade - uma das canções mais conhecidas (e cortantes) de Cesaria Évora, símbolo musical de Cabo Verde.
Também trazendo um pouco da África ao Festival, o músico e compositor moçambicano Moreira Chonguiça tem uma trajetória artística significativa para sua pouca idade, 33 anos. Logo no primeiro CD, trabalhou com o músico Najee (EUA), um dos pioneiros do jazz contemporâneo, ao qual costumava ouvir quando adolescente. No segundo disco, "The Moreira project Vol 2 Citizen of the World", ficam mais claras as influências multiculturais e multiétnicas de Chonguiça, que se declara fascinado pela musica tradicional de diferentes partes do mundo.
Sons nacionais
O Brasil também está bem representado na lista de atrações do Jazz e Blues 2011. O time selecionado inclui, por exemplo, o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, natural da cidade de Santos (SP). Referência no cenário da música instrumental brasileira, Espírito Santo traz ao Festival o show Batuqueiro, cuja estrela principal é uma bateria harmônica com várias peças de percussão acopladas (agogôs, tamborim, pandeiro, bells etc), que permite ao espectador vislumbrar uma multiplicidade de timbres e de técnicas.
Outra marca no trabalho de Arismar é a improvisação, que certamente estará presente no show. "Nesse show toco ritmos como samba, baião, xote e outros, picoto as melodias, e assim os ritmos vão se transformando e as influências, se mesclando", explica o músico. "Vou tocar músicas dos meus quatro Cds, sempre criando possibilidades de improvisação, é o que mais gosto de fazer".
Arismar já esteve em Guaramiranga, na segunda edição do Festival, e revela-se animado com o retorno. "Estou muito feliz de ir ao reencontro dos amigos. À noite tem as canjas da moçada, vai ser muito bom".
Outro que guarda surpresas para o público é o pianista carioca Claudio Dauelsberg, que sobe ao palco acompanhado dos músicos Caíto Marcondes (percussão) e Adriano Giffoni (baixo). No repertório, tanto canções autorais quanto improvisações de sucessos de Charlie Parker, Tom Jobim, Pixinguinha, Villa-Lobos e outros.
"Vamos levar um show bem bacana, com composições de grandes nomes da música popular brasileira. Estamos reservando algumas surpresas, momentos de comunicação com o público, brincadeiras de interatividade", adianta o pianista.
Fique por dentro
Residências
Além dos shows, vários músicos convidados ao Festival Jazz e Blues estão empolgados com as atividades de formação, oferecidas a jovens instrumentistas. As chamadas Residências Artísticas começam no dia 26 de fevereiro e vão até 4 de março. O curso é formado por dois grandes módulos: pela manhã, os professores residentes darão aulas práticas de instrumento; à tarde os residentes têm aula de prática de conjunto e aulas teóricas de leitura musical, harmonia e improvisação e e história do jazz. Parte dos alunos poderá permanecer em Guaramiranga para acompanhar o Festival Jazz & Blues no período do Carnaval, com as despesas custeadas pelo projeto, e vão se apresentar no Festival em shows batizados de Toca Jazz, possibilitando aos jovens músicos o contato com o grande público.
"É um bom momento, que torna a semana profícua, intensa. Porque você está trabalhando com alunos, ansiosos por se desenvolver. Acho sensacional essa iniciativa, é preciso formar jovens apaixonados pela música, para garantir gerações novas brilhantes e a continuidade da música instrumental", vibra o pianista Claudio Dauelsberg, um dos que irá ministrar aulas. Outro "professor" do festival será Arismar do Espírito Santo, responsável por aulas de bateria e prática de conjunto. "A ideia é criar temas. A oportunidade de eles se apresentarem no evento também é importante", destaca.
O que vem por aí no festival
Não faltam boas atrações à edição 2011 do Festival Jazz e Blues de Guaramiranga.
Zé Menezes, violonista cearense, apresentará um repertório com suas composições e arranjos, selecionado dos três CDs da série "Zé Menezes - Autoral" (Regional de Choro, Gafieira Carioca e Nova Bossa). Estará acompanhado de Marcelo Caldi (piano e acordeon) e Daniela Spielmann (sax e flauta).
Pianista carioca, Claudio Dauelberg é compositor, arranjador e produtor, com nove CDs lançados. Seu trabalho fundamenta-se em diferentes correntes estéticas. Ele sobe ao palco do Festival Jazz & Blues para uma apresentação de jazz ao piano, acompanhado pelos consagrados Caíto Marcondes (percussão) e Adriano Giffoni (baixo).
Nicolas Krassik, violinista francês radicado no Brasil, é formado em música erudita pelo Conservatoire National de Region d´Aubervilliers-la Courneuve, e em Jazz pelo C.I.M. (Centre de Fomation Musicale de Paris). Já acompanhou grandes nomes em turnês internacionais e, no Brasil, tocou com artistas consagrados, como Yamandú Costa, Beth Carvalho, João Bosco, Marisa Monte e outros. Seu último CD é "Odilê, odilá", dedicado à obra do João Bosco. Antes vieram "Na Lapa", "Caçuá" e "Nicolas Krassik e Cordestinos" (de música nordestina).
MAIS INFORMAÇÕES
Festival Jazz & Blues 2011
De 5 a 8 de março (carnaval) em Guaramiranga e de 10 a 13 /03 em Fortaleza/CE. Contato: (85) 3262.7230
ADRIANA MARTINS REPÓRTER
Em um único palco, referências tão diversas quanto o rockabilly e a música cabo-verdiana. Com essa diversidade musical, a programação do Festival de Jazz e Blues 2011 promete atrair até os menos entendidos nos dois gêneros musicais. Uma breve olhada na lista de atrações principais e já é possível antecipar ótimos shows. Ao todo, oito músicos ou grupos devem passar pelo palco do Teatro Rachel de Queiroz.
Um deles é a banda Rick Estrin and the Nightcats, do gaitista americano que dá nome ao grupo. Com som calcado em estilos como jump blues, rockabilly e surf rock, eles prometem fazer a plateia dançar. Considerado um dos grandes bluesmen de sua geração, Rick Estrin iniciou-se na música em São Francisco, nos anos 1960. Aos 18 já se apresentava nas melhores casas da região da Bay Area, onde começou a trabalhar com Rodger Collins, com quem aprendeu os segredos do show business. Aos vinte anos mudou-se para Chicago, quando começou a tocar e fazer turnês com os maiores nomes do blues, entre eles Muddy Waters, Buddy Guy, Eddie Taylor e Johnny Young.
Após alguns anos, Rick juntou suas forças com o guitarrista Charlie Baty para formar a banda Little Charlie and the Nightcats, considerada a banda de jump blues mais bem sucedida dos EUA, com turnês regulares por todo o mundo. Após a saída de Baty, a banda ganhou o nome de Estrin.
Intercâmbio musical
Outra convidada que promete surpreender é a cantora e violinista Carmen Souza, referência da nova música de Cabo Verde. Nascida em Lisboa, mas filha de cabo-verdianos, destaca-se pela voz marcante e pela competente mistura de sons que promove em seu trabalho. À tradição sonora do país africano, Carmen incorporou o jazz, o gospel e outros ritmos. Para Guaramiranga, a artista leva composições de seu último CD, "Protegid", no qual apresenta, por exemplo, uma versão mais jazzística de Sodade - uma das canções mais conhecidas (e cortantes) de Cesaria Évora, símbolo musical de Cabo Verde.
Também trazendo um pouco da África ao Festival, o músico e compositor moçambicano Moreira Chonguiça tem uma trajetória artística significativa para sua pouca idade, 33 anos. Logo no primeiro CD, trabalhou com o músico Najee (EUA), um dos pioneiros do jazz contemporâneo, ao qual costumava ouvir quando adolescente. No segundo disco, "The Moreira project Vol 2 Citizen of the World", ficam mais claras as influências multiculturais e multiétnicas de Chonguiça, que se declara fascinado pela musica tradicional de diferentes partes do mundo.
Sons nacionais
O Brasil também está bem representado na lista de atrações do Jazz e Blues 2011. O time selecionado inclui, por exemplo, o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, natural da cidade de Santos (SP). Referência no cenário da música instrumental brasileira, Espírito Santo traz ao Festival o show Batuqueiro, cuja estrela principal é uma bateria harmônica com várias peças de percussão acopladas (agogôs, tamborim, pandeiro, bells etc), que permite ao espectador vislumbrar uma multiplicidade de timbres e de técnicas.
Outra marca no trabalho de Arismar é a improvisação, que certamente estará presente no show. "Nesse show toco ritmos como samba, baião, xote e outros, picoto as melodias, e assim os ritmos vão se transformando e as influências, se mesclando", explica o músico. "Vou tocar músicas dos meus quatro Cds, sempre criando possibilidades de improvisação, é o que mais gosto de fazer".
Arismar já esteve em Guaramiranga, na segunda edição do Festival, e revela-se animado com o retorno. "Estou muito feliz de ir ao reencontro dos amigos. À noite tem as canjas da moçada, vai ser muito bom".
Outro que guarda surpresas para o público é o pianista carioca Claudio Dauelsberg, que sobe ao palco acompanhado dos músicos Caíto Marcondes (percussão) e Adriano Giffoni (baixo). No repertório, tanto canções autorais quanto improvisações de sucessos de Charlie Parker, Tom Jobim, Pixinguinha, Villa-Lobos e outros.
"Vamos levar um show bem bacana, com composições de grandes nomes da música popular brasileira. Estamos reservando algumas surpresas, momentos de comunicação com o público, brincadeiras de interatividade", adianta o pianista.
Fique por dentro
Residências
Além dos shows, vários músicos convidados ao Festival Jazz e Blues estão empolgados com as atividades de formação, oferecidas a jovens instrumentistas. As chamadas Residências Artísticas começam no dia 26 de fevereiro e vão até 4 de março. O curso é formado por dois grandes módulos: pela manhã, os professores residentes darão aulas práticas de instrumento; à tarde os residentes têm aula de prática de conjunto e aulas teóricas de leitura musical, harmonia e improvisação e e história do jazz. Parte dos alunos poderá permanecer em Guaramiranga para acompanhar o Festival Jazz & Blues no período do Carnaval, com as despesas custeadas pelo projeto, e vão se apresentar no Festival em shows batizados de Toca Jazz, possibilitando aos jovens músicos o contato com o grande público.
"É um bom momento, que torna a semana profícua, intensa. Porque você está trabalhando com alunos, ansiosos por se desenvolver. Acho sensacional essa iniciativa, é preciso formar jovens apaixonados pela música, para garantir gerações novas brilhantes e a continuidade da música instrumental", vibra o pianista Claudio Dauelsberg, um dos que irá ministrar aulas. Outro "professor" do festival será Arismar do Espírito Santo, responsável por aulas de bateria e prática de conjunto. "A ideia é criar temas. A oportunidade de eles se apresentarem no evento também é importante", destaca.
O que vem por aí no festival
Não faltam boas atrações à edição 2011 do Festival Jazz e Blues de Guaramiranga.
Zé Menezes, violonista cearense, apresentará um repertório com suas composições e arranjos, selecionado dos três CDs da série "Zé Menezes - Autoral" (Regional de Choro, Gafieira Carioca e Nova Bossa). Estará acompanhado de Marcelo Caldi (piano e acordeon) e Daniela Spielmann (sax e flauta).
Pianista carioca, Claudio Dauelberg é compositor, arranjador e produtor, com nove CDs lançados. Seu trabalho fundamenta-se em diferentes correntes estéticas. Ele sobe ao palco do Festival Jazz & Blues para uma apresentação de jazz ao piano, acompanhado pelos consagrados Caíto Marcondes (percussão) e Adriano Giffoni (baixo).
Nicolas Krassik, violinista francês radicado no Brasil, é formado em música erudita pelo Conservatoire National de Region d´Aubervilliers-la Courneuve, e em Jazz pelo C.I.M. (Centre de Fomation Musicale de Paris). Já acompanhou grandes nomes em turnês internacionais e, no Brasil, tocou com artistas consagrados, como Yamandú Costa, Beth Carvalho, João Bosco, Marisa Monte e outros. Seu último CD é "Odilê, odilá", dedicado à obra do João Bosco. Antes vieram "Na Lapa", "Caçuá" e "Nicolas Krassik e Cordestinos" (de música nordestina).
MAIS INFORMAÇÕES
Festival Jazz & Blues 2011
De 5 a 8 de março (carnaval) em Guaramiranga e de 10 a 13 /03 em Fortaleza/CE. Contato: (85) 3262.7230
ADRIANA MARTINS REPÓRTER
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