

Por desafiar os padrões familiares da época, sofreu fortes preconceitos. Aperfeiçoou-se com o pianista português Artur Napoleão (1843-1925). Sua vontade de musicar para teatro levou-a a escrever partitura para um libreto de Artur Azevedo, Viagem ao Parnaso. A peça foi recusada pelos empresários. Outras tentativas fracassaram, até que conseguiu, em 1885, musicar a opereta de costumes A Corte na Roça, encenada no Teatro Príncipe Imperial. Em 1889 promoveu e regeu, no Teatro São Pedro de Alcântara, um concerto de violões, instrumento estigmatizado àquela época. Foi uma ativa participante do movimento pela abolição da escravatura, vendendo suas partituras de porta em porta a fim de angariar fundos para a Confederação Libertadora.
Com o dinheiro arrecadado na venda de suas músicas comprou a alforria de José Flauta, um escravo músico. Chiquinha Gonzaga também participou da campanha republicana e de todas as grandes causas sociais do seu tempo. Já era uma artista consagrada quando compôs, em 1899, a primeira marcha-rancho, Ó Abre Alas, verdadeiro hino do carnaval brasileiro. Na primeira década deste século esteve algumas vezes na Europa, fixando residência em Lisboa por três anos.

Sua obra reúne dezenas de partituras para peças teatrais e centenas de músicas nos mais variados gêneros: polca, tango brasileiro, valsa, habanera, schottisch, mazurca, modinha etc. Chiquinha Gonzaga faleceu aos 87 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 1935, no Rio de Janeiro.
DADOS CRONOLOGIA
1847 Nasce no Rio de janeiro a 17 de outubro.
1863 Casa-se com Jacinto Ribeiro do Amaral.
1864 Nasce seu primeiro filho: João Gualberto.
1865 Nasce sua filha Maria.
1866 Embarca com o marido no navio São Paulo, por este fretado, que transporta tropas para a Guerra do Paraguai.
1869 Abandona o marido. Conhece o flautista Joaquim Antônio Callado.
1876 Vive com o engenheiro João Batista de Carvalho. Nasce a filha Alice.
1877 Primeira obra editada: a polca Atraente, que em nove meses chega à 15ª edição.
1879 Começa a instrumentar, com autodidatismo.
1880 Anuncia-se publicamente como professora de várias matérias.

1885 Estréia como maestrina.
1888 Extinção da escravidão no Brasil, pela qual durante tantos anos Chiquinha Gonzaga lutara.
1889 - Proclamação da República, outro anseio da compositora.
1890 Nasce a primeira neta.
1891 Falecimento do pai.
1896 Falecimento de Rosa, sua mãe.
1899 Carnaval. Compõe Ó Abre Alas. Conhece João Batista, jovem português de 16 anos que seria seu companheiro até o fim da vida.
1902 Viaja para a Europa.
1904 Segunda viagem à Europa.
1906 Instala-se em Portugal.
1909 Retorno ao Brasil.
1911 Inicia intensa atividade musicando peças teatrais para os espetáculos por sessões dos cine-teatros da Praça Tiradentes (RJ).
1912 Estréia Forrobodó, seu maior sucesso teatral.
1913 Deflagra campanha em defesa pelo direito autoral dos compositores e teatrólogos.
1914 Lançamento, com grande sucesso, do tango Corta-Jaca.
1917 Participa da fundação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. 1919 Grande éxito da peça de costumes regionais Juriti.
1925 Recebe homenagens consagradoras da SBAT e reconhecimento do país inteiro. Aos 85 anos escreve sua última música: Maria.
1934 Falecimento da filha Maria.
1935 Morre no dia 28 de fevereiro. Dois dias depois realiza-se o primeiro concurso oficial das escolas de samba.
- Verbete biográfico e dados cronológicos retirada do livro "Chiquinha Gonzaga: uma história de vida". escrito por Edinha Diniz. Editora Rosa dos Tempos, 1999.
Maravilhosa biografia, não se fazem muitos seres humanos como esta mulher. Encantadora.
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